Sobre a Rota

Rota Bioceânica foi o nome adotado pelo Governo de Mato Grosso do Sul em 2016 para chamar o Corredor Rodoviário Bioceânico, além desse nome, também foi batizado como Rota de Integração Latino-Americana (RILA) pela Rede de Empresários coordenada pelo SETLOG MS que realizou todas as Expedições (2013 a 2023) com esse nome, em busca da melhor “Rota” para se chegar ao Pacífico. Inclusive, devido ao envolvimento efetivo da academia neste processo a Rede de Universidades do Corredor Bioceânico foi instituída como Rede Universitária da Rota de Integração Latino-Americana (UNIRILA).

Em muitos lugares aparecem estes nomes, o que gera dúvidas, mas todos estão relacionados ao esforço coletivo dos quatro países para criar caminhos que liguem o Oceano Atlântico ao Pacífico.

O propósito de alcançar a cooperação e a integração social, cultural e econômica dos países latino-americanos não é uma temática recente. De fato, testemunharam-se, ao longo dos anos, diversos projetos tendentes a este fim, materializados em planos, pactos, acordos, tratados, associações, conselhos e organizações. Tais iniciativas convergem acerca do fortalecimento regional por meio da conciliação dos interesses internos de cada país.

Imagem: Lucio Flavio Sunakozawa, 25/11/2014.

Na busca da pela efetivação do Corredor, em 2015, foi apresentado o projeto para sua implantação, cuja formalização se deu por meio da assinatura da Declaração de Assunção, na qual os presidentes do Brasil, Paraguai, Argentina e Chile concordaram em avançar gradativamente por meio de uma política de convergência na diversidade, que se expressa inclusive pela aproximação física entre os países do Pacífico e do Atlântico, da Aliança do Pacífico e do Mercosul”. Acordaram ainda, que seria instituído um Grupo de Trabalho entre os quatro países para promover a execução de estudos técnicos e formular as recomendações pertinentes para a pronta conclusão do Corredor Rodoviário Bioceânico no trajeto de Campo Grande/MS aos Portos de Antofagasta e Iquique no Chile.

O Corredor Rodoviário Bioceânico, portanto, visa a construção de uma conexão viária entre os oceanos Atlântico e Pacífico, especificamente um caminho entre o Porto de Santos, no Brasil, e os portos do norte do Chile (Porto de Antofagasta, Portos de Mejillones, Terminais de Tocopilla e Porto de Iquique). Para tanto, em termos de infraestrutura, faz-se necessária a criação e/ou o melhoramento da malha viária do Brasil, Paraguai, Argentina e Chile, além da construção da Ponte Bioceânica que ligará os municípios de Porto Murtinho-BR e Carmelo Peralta-PY.

Sob o ponto de vista do Brasil, especialmente do estado de Mato Grosso do Sul, o acesso ao Oceano Pacífico reflete uma perspectiva promissora. Isso porque, com o encurtamento da distância e do tempo de transporte das importações e exportações para os mercados da Ásia, Oceania, costa oeste dos Estados Unidos e até outros países da América Latina, pode trazer vantagens comerciais significativas.
A proposta envolve a integração dos quatro modais de transporte: Aéreo, Ferroviário, Fluvial e Rodoviário, como forma de ampliar ainda mais as oportunidades de integrações e distribuição de cargas.

Imagem produzida com apoio de IA – ChatGPT-OpenIA – Emerson Corazza - 20/12/2024

Expedições

O projeto Rota de Integração Latino-Americana (RILA) do SETLOG MS fez inúmeras incursões partindo de Mato Grosso do Sul com destino aos portos do norte do Chile para apresentar um corredor viável, tanto economicamente quanto socialmente, e que pudesse ser utilizado sem muitas construções novas e sim utilizado a estrutura existente nos países.
Neste processo foram realizadas, até o momento, 3 expedições que saíram de Campo Grande e foram aos Portos do Chile, com subsídios captados junto a empresários e gestores públicos que também participaram de todas e contribuíram com a decisão pelo melhor trajeto.

1ª Expedição: Iniciada em 27/09/2013 que deu origem ao nome Rota de Integração Latino-Americana – RILA: Unindo Povos-Ligando Oceanos. Os “Rileiros” saíram de Campo Grande, passaram pela Bolívia, via Corumbá e de lá seguiram para o norte do Chile em Iquique. Este trecho não se mostrou muito viável, o que fortaleceu ainda mais a ideia da Rota via Porto Murtinho.
Vídeo 2013 https://www.youtube.com/watch?v=16-nUGy90Kg&t=133s

2ª Expedição iniciada em 25/08/2017, depois de 4 anos de preparação, visitas prévias e negociações os “Rileiros” partiram de Campo Grande/MS e agora, via Paraguai por Porto Murtinho e Carmelo Peralta o grupo rumou para o Norte do Chile até os portos de Iquique e Antofagasta.
Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=gOVF86w5yF8

3ª Expedição iniciada em 24/11/2023, motivados pela Realização do IV Foro Territorios Subnacionales del Corredor Bioceánico de Capricornio em Iquique no Chile, os “Rileiros” organizaram uma nova viagem, pelo mesmo caminho via Paraguai, buscando analisar o trajeto já com várias obras concluídas, aproveitando o bom momento político relacionado a implementação da Rota Bioceânica.
Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=S8017wPWAuI No site do SETLOG MS existem informações, artigos e vídeos com informações detalhadas sobre cada uma, que também foram registradas por meio de vídeos produzidos por participantes e empresários.

Saiba Mais

Países na Rota Bioceânica

  • Brasil
  • Paraguai
  • Argentina
  • Chile

O trajeto da Rota no Brasil sempre mostra Campo Grande como sendo o centro da Rota (Hub) no Mato Grosso do Sul. As localidades impactadas considerando como ponto de partida o Porto de Santos (Atlântico):

- Entrada por Três Lagoas: Água Clara, Ribas do Rio Pardo, Campo Grande, Sidrolândia, Nioaque, Guia Lopes da Laguna, Jardim e Porto Murtinho. Indiretamente: Jaraguari, Terenos, Dois Irmãos do Buriti, Anastácio, Maracaju, Bonito, Bela Vista e Caracol.

- Entrada por Bataguassu: Nova Alvorada do Sul, Campo Grande e indiretamente: Santa Rita do Pardo, Brasilândia, Anaurilândia, Nova Andradina, Rio Brilhante

Rodovias Impactadas no MS: BR-262, BR163, BR-267, MS-060, MS-040, MS-338.

A Ponte Bioceânica está sendo construída sobre o Rio Paraguai entre as cidades de Porto Murtinho/MS e Carmelo Peralta/PY, são 1300 metros no total, tendo o vão livre de 630m. A obra está sendo financiada pela Itaipu Binacional e sob responsabilidade do Governo Paraguaio.

O acesso a Ponte Bioceânica do lado brasileiro, na BR-267/MS, está sob responsabilidade do Governo de Mato Grosso do Sul, o trecho terá 13.63Km, além da estrada está sendo construído o Centro Aduaneiro de Controle de Fronteira, com infraestrutura para suportar o fluxo de entrada e saída de veículos e pessoas.

Instituições Acadêmicas membros da UniRila no Brasil:

Imagem ilustrativa da Ponte Bioceânica. Fonte: Itaipu Paraguai
Assista ao video sobre.

Imagem: Lucio Flavio Sunakozawa, 25/11/2014.

Oportunidades e Desafios

A Rota Bioceânica representa uma iniciativa multidimensional capaz de transformar a dinâmica econômica regional ao conectar territórios do Brasil, Paraguai, Argentina e Chile. Para maximizar seus benefícios, é fundamental identificar não apenas as oportunidades, mas também os desafios e as ações necessárias para mitigá-los ao longo do processo de implantação da Rota.

Os grupos de trabalho criados para análise de oportunidades e desafios, bem como soluções para o processo de implantação do Corredor Rodoviário Bioceânico estão organizados nos seguintes temas: Academia e Educação, Comércio e Procedimentos de Fronteira, Segurança, Municípios, Obras Públicas, Logística e Transporte, Cidadania com Enfoque em Gêneros e Povos Originários, Saúde e Sustentabilidade e Turismo.

Estamos produzindo alguns destaques que serão apresentados aqui, contendo um resumo do que está sendo discutido no âmbito dos grupos de trabalho. Aguarde um pouco mais!

Em nosso Repositório temos algumas publicações que podem te ajudar, selecionamos algumas para iniciarmos a nossa jornada.

Rotas de Integração - Brasil

O projeto das cinco rotas de Integração e Desenvolvimento Sul-Americano surgiu como uma demanda do Governo brasileiro, depois que o Consenso de Brasília, que reuniu líderes da América do Sul no dia 30 de maio de 2023 em Brasília, decidiu pela retomada da agenda da integração regional.

Coube ao Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO) desenhar as cinco rotas após consulta realizada aos 11 Estados brasileiros que fazem fronteira com os países da América do Sul. As rotas têm o duplo papel de incentivar e reforçar o comércio do Brasil com os países da América do Sul e reduzir o tempo e o custo do transporte de mercadorias entre o Brasil e seus vizinhos e a Ásia. Elas receberam o nome de Rotas de Integração Sul-Americana, como pode ser observado no Mapa Geral elaborado pelo MPO, cada uma delas está relacionada a uma parte do Brasil.

Mapa Geral RISA. Fonte: MPO

A Rota 4, Bioceânica de Capricórnio é a que se refere ao Corredor Rodoviário Bioceânico/Rota Bioceânica, iniciada em Santos-SP e Paranaguá-PR, possui distintos caminhos que passam por cidades fronteiriças do Brasil. Apesar de estarem em diferentes latitudes, as vias de Porto Murtinho-MS, Foz do Iguaçu-PR, Dionísio Cerqueira-SC e, inclusive, São Borja-RS convergem para as cidades argentinas de Salta e Jujuy antes de cruzar a Cordilheira dos Andes, pelo Paso de Jama ou pelo Paso de Sico, no sentido dos portos chilenos de Antofagasta, Mejillones, Iquique e Arica, no Pacífico.

Mapa Rota 4 RISA. Fonte: MPO

Esta Rota contempla os estados de Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina, podendo estender a sua influência inclusive sobre o noroeste do Rio Grande do Sul. Esse traçado se articula com outras duas Rotas de Integração e Desenvolvimento: a Rota 5 (Porto Alegre - Coquimbo) ao sul e a Rota 3 (Quadrante Rondon) ao norte. O que demonstra a capacidade de integração da Rota Bioceânica.

Mapa Integração Rotas 3, 4 e 5. Fonte: MPO

O MPO disponibilizou uma apresentação em seu site que traz informações sobre as Rotas de Integração Sul-Americana.

Saiba mais

Documentos basilares do Corredor Rodoviário Bioceânico

  • Declaração de Assunção – Paraguai (2015)
  • Declaração de Brasília – Brasil (2017)